Ronnie James Dio vai morrer daqui a um ano. Se você me dissesse isso em 16 de Maio de 2009 eu daria risada da sua cara. Isso porque naquele dia assisti a um dos shows mais energéticos e estimulantes da fugaz carreira da banda Heaven And Hell em São Paulo. Até comentei aqui no Tablóide aquele show e foi excelente (tirando o excesso no volume dentro do Credicard Hall), mais do que uma excepcional exibição de rock and roll, uma obra de grandes músicos, independente do gênero.
E quando Dio se foi, levando consigo sua potente voz, me peguei pensando: Meus heróis em música estão morrendo. Um pesar quando se gosta tanto de Rock, especialmente Classic Rock, que não houve uma renovação e tudo o que é novo é voltado ao comercial, ao que vende, ao que toca em rádio. Não há uma banda ou um estilo que defina esta geração, não há mais o coração na música, a batalha dura para se transmitir uma mensagem como no tempo de Hendrix e Joplin. Num mundo em que nossos ídolos são escolhidos por telefone através de realities na TV, isso é uma pena.
Não teremos mais discos do Frank Zappa, Beatles, Elvis, Pantera. Cream, Led Zeppelin e o Pink Floyd já não gravam mais, os dinossauros lutadores que ainda insistem em gravar estão envelhecendo sem o fulgor de antes e pesa pensar que quando eu tiver um filho(a) (quem sabe daqui uns 15 anos) não terei nada (ou muito pouca coisa) dos anos 90 e 00 que não foram gerados em épocas anteriores para mostrar e em matéria de rock and roll é muito triste.
Talvez esteja me apegando ao passado, talvez minha mentalidade esteja caminhando junto com aqueles dinossauros, ou mesmo por causa deste momento de luto, mas não me lembro de nenhum novo talento dos últimos 20 anos que tenha feito o mundo ouvir um som de mescle qualidade, cultura e sucesso valorizando o bom rock'n'roll. Apesar disso ainda tenho muito o que tirar das minhas 33 1/3 rotações.