Encarnação do Demônio está aí, depois de 40 anos é uma realidade. o grande diretor José Mojica Marins está de volta! Mas e depois? Será que haverá um "além, muito além do além" para o horror mainstream nacional? Não quero dar uma de Mãe Dinah aqui, porém vamos refletir um pouco sobre o cenário em que vivemos atualmente e tentar ver como será o futuro.
Mais do que um lançamento, na minha opinião, Encarnação do Demônio é um evento cinematográfico, um divisor de águas daqueles comparaveis ao impacto do lançamento de Cannibal Holocaust na Itália ou mesmo Star Wars nos Estados Unidos. Exagero? Reflitam comigo, qual foi o último filme de terror nacional que você assistiu em um multiplex? Eu nunca. E não me orgulho de dizer isso...
E se os problemas são muitos, um deles definitivamente não é a falta de gente com potencial: Projetos interessantíssimos ficam na beira da estrada por falta de recursos próprios e de interesse dos nossos governantes que parecem fazer do Oscar uma meta e não uma consequência de um trabalho verdadeiro em prol do cinema nacional, seja qual for o gênero. Ao invés de dar dinheiro para quem merece (dinheiro do contribuinte, cabe lembrar), prefere despejar filmes com uma profundidade virtual na mão de gente que não tem boa índole e só quer capitalizar.
Monopólios, desvirtuação da cultura, um jogo de cartas marcadas... Isto é o que se tornou o cinema nacional e se Encarnação do Demônio não mudar isso, pelo menos vai dar uma chacoalhada neste ríspido cenário. De imediato, se acontecer um sucesso comercial - ainda que estejam circulando poucas cópias, pois por aqui perto em São José dos Campos, maior cidade do Vale do Paraíba/SP com 18 salas de cinema e nenhuma exibindo Mojica esta semana - vencendo terríveis vilões como a pirataria e o download ilegal, teremos mais Mojica e maiores orçamentos para jovens surpresas oriundos de iniciativas públicas e privadas, fazendo pessoas que hoje fazem filmes violentos com vale-refeição conseguir exercer do hobby uma profissão e viver literalmente de cinema.
Pode ser uma perspectiva otimista demais, porém eu realmente acredito nisso, afinal, após 40 anos temos Encarnação... Amanhã podemos ter muito mais. O meu recado final é: não deixe o horror nacional morrer, mostre que ainda há mercado para ele. Prestigie e valorize o trabalho de Mojica indo aos cinemas e/ou alugando ou comprando o DVD em seguida, ou você quer o dinheiro de seus impostos em outro filme de Jayme Monjardim?

6 gritos:

Doom Master disse...

Aqui em São paulo(Sp)
No shopping Central Plaza a Sala destinada ao filme foi a sala 6.A ultima e menor sala!Os brasileiros preferem comer lixo americano do que apreciar obras nacionais.Triste.

Juão disse...

Bem aqui em Natal\RN temos a exibiçao do filme no cinemark, numas das salas que geralmente filmes como esse passam no maximo duas semanas. é acreditar que muita gente que acha horrivel(no sentido perjorativo) as coisas do Mojica, tenham pelo menos curiosidade pra assim adicionados aos que realmente se interessam somem numa quantia legal e suficiente que contribua para que exista um terror brasileiro.

eu interessadissimos nas imagens do trailler ja correrei pra ver!

Xavier disse...

Alguém sabe dizer se vai ser exibido em Fortaleza? Tem algum site que mostre as cidades que ele está e será exibido???

Marcio Cordero disse...

Aqui no Rio de Janeiro, o filme segue a segunda semana em cinemas de shopping. Claro que com um número menor de sessões, mas CONTINUA.

Optei por assisti-lo no sábado, dia 09.08 em um grande e cultuado cinema de rua do Centro do RJ, o Odeon.

SEM DÚVIDAS. O MELHOR FILME DO ANO !!!!

jonatam_q disse...

Aqui no fim de mundo não tem cinema ... por isso não estreou (óbvio) e duvido que vá estrear ....

Gostaria muito que esse filme (que parece ser ótimo) emplacasse ...

Porém... não tenho fé ....

Alugarei ... ou comprarei .. .sei la

1 disse...

Sinceramente: fiquei decepcionadíssimo com o grau caricatural que o filme adquire logo no início. Fico feliz sim de ver finalmente um grande lançamento de terror nacional em larga escala, mas infelizmente sinto que uma grande oportunidade de chamar a atenção para as produções de horror nacional foi perdida graças ao roteiro pobre que o filme tem. Mil desculpas aos fãs, mas é apenas um filme de terror que tem ótimas idéias, mas que não são bem desenvolvidas - até a maquiagem geralmente impressionante de Kapel Furman não soou tão impressionante. Respeito o que José fez há 40 anos atrás, mas a forma de fazer cinema de horror mudou um pouco e sua forma de dirigir e escrever não funciona tão bem hoje: é só ver quantas pessoas riem ao ver o filme. Fico imensamente magoado com isso, ainda mais por ter participado do elenco de apoio e ter cultivado um carinho e expectativa tão grandes pela produção. Uma pena...